Missionário da Consolata na Colômbia e no Equador...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Lectio Divina do texto de Lucas 9,18-24 - 12º Domingo do Tempo Comum

Por Patrick Silva

Jesus estava orando, a sós, e os discípulos estavam com ele. Então, perguntou-lhes: “Quem dizem as multidões que eu sou?” Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; outros ainda acham que algum dos antigos profetas ressuscitou”. Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. Mas ele advertiu-os para que não contassem isso a ninguém. E explicou: “É necessário o Filho do Homem sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia, ressuscitar”. Depois, Jesus começou a dizer a todos: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará. (Lucas 9,18-24)

1. LECTIO – leitura
Lucas ama mostar Jesus como um mestre peregrino, assim, encontramos Jesus num permanente caminhar de um lado para o outro levando a Boa Nova do reino de Deus a todo o povo. Neste caso concreto estamos na fase final da etapa da Galileia. Ao longo deste caminhar, alguns foram se juntando a ele, formou-se um grupo de discípulos que se sentem entusiasmados com o agir deste mestre singular. A caminhada, porém, chegou a um momento decisivo: a subida a Jerusalem, antes de entrar nela, Jesus faz uma “sondagem”: quem dizem as pessoas que eu sou? Todo o evangelho é marcado por esta pergunta, que logo a seguir fica pessoal para aqueles que o acompanham de perto.

O ponto de partida deste episódio é a revelação de que Jesus reza a sós, este que é um outro elemento que o evangelista Lucas gosta de ressaltar. Lucas mostra como Jesus, antes de algo importante, reza. Dando a entender que a ação de Jesus não é capricho pessoal, mas um realizar da vontade do Pai.

A caminhada chegara a um momento decisivo e Jesus quer fazer uma espécie de balanço daquele que foi a sua missão até aquele ponto, assim, lança uma curta “sondagem”: quem dizem as multidões que eu sou? É importante recordar que aquela época era marcada pelo sofrimento do Povo de Deus, que tinha gerado uma enorme expectativa messiânica. Asfixiado pela dor que a opressão trazia, muitos sonhavam com a chegada de um libertador anunciado pelos profetas. Assim, não é de espantar que “surgissem” alguns clamando ser os tais “enviados de Deus”, os quais criavam à sua volta um clima de ebulição, arrastavam atrás de si grupos de discípulos exaltados e acabavam, muitas vezes, aniquilados pelas tropas romanas. Deste modo Jesus quer saber o que pensam as pessoas sobre a sua ação/missão. Aparentemente, Jesus não é considerado pelas multidões “o messias”: o Povo identifica-o, preferentemente, com Elias, o profeta que os judeus consideravam estar junto de Deus, responsável pelo anúncio do grande momento da libertação do Povo de Deus (vers. 19); talvez as atitudes e a mensagem de Jesus não correspondessem àquilo que se esperava de um rei forte e vencedor. A resposta do povo não está totalmente correta, logo Jesus se volta para os “seus” procurando saber se estes o conhecem de verdade. De fato, é isso que acontece. Pedro não tem dúvidas ao afirmar: “Tu és o messias de Deus” (vers. 20). Dizer que Jesus é o “messias” significa reconhecer nele esse “enviado” de Deus. Jesus parece concordar com a afirmação de Pedro. No entanto, Jesus está consciente que os discípulos sonhavam com um “messias” político, poderoso e vitorioso. Assim, rapidamente desfaz possíveis equívocos e esclarece as coisas: Ele é o enviado de Deus para libertar a humanidade; no entanto, não vai realizar essa libertação pelo poder das armas, mas pelo amor e pelo dom da vida (vers. 22). No seu horizonte próximo não está um trono, mas a cruz: é aí, na entrega da vida por amor, que Ele realizará as antigas promessas de salvação feitas por Deus ao seu Povo.

A última parte do texto (vers. 23-24) contém palavras destinadas aos discípulos: aos de ontem, de hoje e de amanhã. Todos são convidados a seguir Jesus, isto é, a tomar a cruz do amor e da entrega, a derrubar os muros do egoísmo e do orgulho, a renunciar a si mesmo e a fazer da vida um dom. Isto não deve acontecer em circunstâncias excepcionais, mas na vida quotidiana (“tome a sua cruz todos os dias”). Desta forma fica definida a existência cristã.

2. MEDITATIO – meditação
+ Jesus quis saber o que a multidão e os discípulos pensavam que ele fosse, mas agora pergunta para cada um individualmente: quem eu sou para você?
+ O que isso significa em termos práticos para você perder a sua vida e tomar sua cruz diariamente?
+ A multidão esperava um tipo de messias forte e poderoso, Jesus se apresentou com outro estilo, qual das duas propostas está mais próxima de você?
+ O evangelho começa com o detalhe de que Jesus estava em oração a sós, qual a importância da oração na sua vida? Como está de “saúde” a sua vida de oração?

3. ORATIO – oração
Na intimidade da sua oração responda a Jesus, quem ele é para você, não se preocupe se a sua resposta não é a mais correta, mas permita-lhe mudar a sua resposta. No silêncio da sua oração escute a voz de Jesus.

4. CONTEMPLATIO – contemplação
Procure começar o seu dia contemplando um crucifixo, pense em como Jesus pegou na sua cruz e a levou até às últimas conseqüências, você também é convidado a pegar na sua cruz. Não tenha medo.

5 MISSIO – missão
Dia 20 de Junho é dia de Nossa Senhora Consolata. Festa da padroeira dos missionários e missionárias da Consolata. “Nossa Senhora é invocada com diversos títulos. Mas nós honramo-la de modo particular com o título de Consolata. Devemos gloriar-nos de a ter por padroeira. Foi ela quem idealizou o nosso Instituto e é ela que o mantém materialmente e espiritualmente. Ela ama-nos como a mais terna das mães”. José Allamano

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