Missionário da Consolata na Colômbia e no Equador...

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Amazônia: fonte de vida no coração da Igreja

                   
 
 







                 

Bogotá, Colômbia, 18 de novembro de 2015

Queridos missionários, missionárias e leigos da Consolata,

Desejamos muitas bênçãos em vossos trabalhos missionários, pedindo a Deus e à Santíssima Virgem Consolata que sigam abençoando suas vidas e a missão que nos foi confiada.
Desde Bogotá, onde participamos do encontro da Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM), que busca articular as forças missionárias para um trabalho de conjunto na chamada Pan-amazônia, que engloba Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname y Venezuela.
A REPAM é como o rio Amazonas, que se vai formando desde as experiências e vivencias de muitas pessoas, comunidades, paróquias, vicariatos, prelazias, dioceses, congregações, organizações, etc., recordando que “a Igreja está na Amazônia, não como aqueles que têm as malas na mão para partir depois de terem explorado tudo o que puderam. Desde o início que a Igreja está presente na Amazônia... e lá continua presente e é determinante no futuro daquela área” (Papa Francisco, Rio, 27/07/2013). 
A REPAM surgiu do diálogo, consenso e compromisso conjunto do CELAM, Cáritas AL, CLAR e Comissão para a Amazônia da CNBB e foi fundada oficialmente no encontro de Brasília, em setembro de 2014. Neste momento tem um comitê de articulação, cujo presidente é o Card. Cláudio Hummes e o secretário executivo é Maurício Lopez, laico jesuíta. Recordamos que eles reconhecem a Consolata como um dos membros fundadores de REPAM.
Para conhecer um pouco mais desta Rede Eclesial, partilhamos alguns aspectos importantes:
VISÃO DA REPAM: À luz do Evangelho de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, queremos viver uma experiência de fraternidade e solidariedade encarnada e inculturada, como instrumento de diálogo e unidade eclesial, sinal e horizonte do Reino de Deus (junto com outros/as de boa vontade), ao serviço da Pan-Amazônia, em defesa da vida, Dom de Deus, seriamente ameaçada, o que implica “criar consciência nas Américas da importância da Amazônia para toda a humanidade” (DA 475).
OBJETIVO DA REPAM: Desde uma plataforma de intercambio e enriquecimento mútuo e uma confluência de esforços das igrejas locais, congregações religiosas, instituições eclesiais e do laicato, e organizações afins, com voz profética e ao serviço da vida, da criação, dos pobres e do bem comum, nos propomos como REDE ECLESIAL PAN-AMAZÔNICA (REPAM), A potenciar de maneira articulada, a ação que realiza a Igreja em território pan-amazônico, actualizando e concretando opções apostólicas conjuntas, integrais e multi-escalares, no marco da doutrina e as orientações da Igreja.
Suas prioridades estão organizadas em alguns eixos (que se vão formando aos poucos):
1)      Povos indígenas e grupos vulneráveis
2)      Direitos Humanos e Incidência
3)      Formação e Pastoral Itinerante Amazônica
4)      Alternativas ao Desenvolvimento, Bem-viver e mudança climática.
5)      Comunicação para a transformação
6)      Redes Internacionais (Caritas, CIDSE, Agências Católicas, ONU, REBAC – Rede Eclesial da Bacia do Congo, FSPA, Redes afins especializadas).
7)      Investigação e mapeio
8)      Igrejas em Fronteira

Neste momento, a REPAM se está construindo e se vai conformando da seguinte maneira:
Como podemos ver no gráfico anterior, nós da Consolata (missionários, missionárias e leigos) fazemos parte desta Rede Eclesial por nosso trabalho de décadas nesta realidade amazônica do Brasil, Colômbia, Venezuela, Equador e Peru. Recordemos que em nossos projetos regionais e continentais, temos presente a opção indígena e o trabalho na Amazônia como prioridades.
Como nos diz a mensagem do Cardeal Cláudio Hummes, presidente da REPAM, à família Consolata, “que estejamos sempre muito juntos neste trabalho da REPAM. Vocês também estão dentro e trabalhemos, portanto, juntos, e juntos peçamos que Deus não nos falte neste grande trabalho de evangelização e, também, de restauração e preservação da natureza”.
Muitas congregações também estão respondendo a este desafio (jesuítas, maristas, franciscanos, capuchinhos, cônegas de Santo Agostinho, combonianos, etc.). Como nos disseram vários bispos, religiosos, religiosas, leigos e indígenas: “A Amazônia precisa do vosso carisma de consolação”.
O desafio está lançado! Como vamos responder a este convite que nos lança Jesus por meio do papa Francisco, do cardeal Hummes e da REPAM?
Neste momento, mantenhamos firme nossa esperança e sintamos que Deus segue enviando seu Espírito para iluminar nosso caminho missionário. E a REPAM deve ser visto como esta luz de Deus que ilumina nosso caminho missionário no continente americano, sobretudo em nossas opções indígena, afro, urbana e amazônica.
Saudamos também com esperança o surgimento da Rede Eclesial da Bacia do Congo – REBAC, onde nossa família missionária também tem uma presença profética e de fronteira. A criação da REPAM e da REBAC são sinais de um novo tempo para a missão, que nos convidam a trabalhar junto com outros na defesa da vida, dos direitos dos povos e no cuidado da nossa irmã, a Mãe Terra. Um novo tempo marcado pelo apelo a escutar o clamor dos povos e o clamor da terra. 
Como nos diz a Ir. Joelma de Meneses, CDP, que trabalhou muitos anos na Amazônia equatoriana: “Sonhos que se sonham sozinho, sonhos ficam. Sonhos que se sonhamos juntos, mudanças geram”. Sonhemos juntos para construir um mundo melhor na Amazônia desde nosso carisma de Con-sol-ação.
Fraternalmente unidos em família.

Ir. Ines Arciniegas, mc                                              Pe. Júlio Caldeira, imc

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